Minha alma, minha palma

Fiz minhas as palavras alheias para reforçar e gritar ao mundo os sentimentos, que afloram a todo momento:
Funestas horas, assombradas horas
Aquelas, sem tua amada presença
Me abate cruel, a louca descrença
Ai, se me esqueces, ai, se me ignoras...

O mundo é nada, apenas solidão
Como um imenso mar em desespero
Para onde seguem rios em desterro
Sem causa ou verdadeira motivação

Tu és vida, sol que dá luz, aquece
Prémio a toda minha súplica, à prece
Feita com tanta fé, refrigério d’alma

E, há tanto encantamento, de tal forma
Mesmo no céu, não há lei ou norma
A me furtar teu amor, a minha palma
  
Vera Linden, São Leopoldo, Brasil - Retirado de: http://luaafricana.blogspot.com.br/2011/04/minha-alma-minha-palma.html

O Pequeno Príncipe (trecho)

E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho.
Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.

E eu não tenho necessidade de ti.

E tu não tens necessidade de mim.
Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo... Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"

Vida em aldeia, vizinhos e internautas.




Ao travar contato com um texto de CONY, acerca da atual incomunicabilidade das pessoas, em decorrência do ritmo de vida e outras questões que nos levaram a viver em “ilhas”, onde as relações de outrora perdem significado e parecem por vezes impraticáveis no contexto da sociedade atual. Questiono o quanto esse panorama é ao mesmo tempo flagrante e socialmente aceitável a ponto de não percebemos esse processo de introspecção.
Trabalhando há algum tempo aldeado, as margens do rio Guamá , longe do modo de vida com o qual estava acostumado, me vi forçado a reformular minha relação com as pessoas e comigo mesmo drasticamente; esse distanciamento de todas as minhas referências e a precariedade de comunicação, me assustaram. Já havia trabalhado anos em comunidades afastadas dos grandes centros, mas sempre com recursos de telefonia e internet a mão que davam uma sensação de proximidade (por mais paradoxal que seja), aos seus referenciais sociais - engraçado que você só se dá conta da falta que as pessoas fazem quando está em realmente longe delas. Essa adaptação é difícil, pois você estabelece uma relação de dependência tão grande com seus, celulares, tablets e afins – e aí está o grande contrassenso – pois não há mais espaço para aquela conversa pachorrenta, há apenas uma estreita linha de comunicação, onde nos limitamos a “curtir”, “comentar” e pasmem: “compartilhar”? Minha agenda de celular, por exemplo, não consigo lembrar a última conversa que tive com a maioria dos contatos que estão nela, dada a falta de correspondência que há entre as pessoas, e a pouca relação que estabelecemos com elas.
A falta de minhas “muletas eletrônicas” me fez sentir um verdadeiro vazio, bem ao estilo crise de abstinência. Num momento me vi completamente isolado de tudo. Mas aí descobri um mundo novo, onde as pessoas ainda falam umas com as outras. Elas trabalham, comem e dormem como na cidade, mas em um ritmo peculiar a quem vive o dia-a-dia sem pressa, sem o caos urbano. As conversas são ao pé do ouvido, aquela “invasão de privacidade gostosa”, aquele - olhos nos olhos - que encabula a quem, como eu, já estava acostumado à realidade de cidade grande onde travamos um contato ínfimo com as pessoas. Só percebemos o quão artificiais nossas relações sociais são quando nos deparamos com este tipo de realidade. Somos cunhados agora como uma aldeia global , mas continuo preferindo a aldeia Tenetehara onde vivo e trabalho. Onde aprendi a dar bom dia, a tomar café com outros jogando conversa fora. E com o “Guamazão” limpo e sobranceiro ao fundo completando a cena. Não sou mais escravo do tempo, se quero conversar não uso uma tela, se quero dizer o que penso falo a plenos pulmões -  e as pessoas escutam -  – o que é “twittar” mesmo?




Behold the storm



Behold the storm
Spare your lost soul what scream in agony
One last hope
This is all you want (what I have?)
In the lonely nights
When the same things happen
The same nightmares returns
Your name
Cut my brain brushing…
Leave behind your armor
in the battleground…
What you heart was.
Still far way for me…
‘til the last mirror broken
‘til the last star fall in the horizon
Chasing you ‘till the end.
More than a single desire
One last will
One last hope

Hundred years

Não quero passar a vida como um novo Ahasuerus, Não negarei meus sentimentos a mim mesmo nem a ninguém, minha crença neles os fortalece. Eles existem em mim, se nutrem de minhas esperanças e sonhos. Um dia poderão ser aceitos – ou não. Mas até esse dia, por mim serão cuidados. Não serei condenado Morro por eles, mas não sem antes os deixar sair. Para ir de encontro ao templo do que desejam...

Acesso total a quase nada


O famoso sociólogo Donald Levine  em um de seus trabalhos discute uma das características de nosso tempo: a visão fragmentária do mundo. Hoje não lemos mais obras inteiras, lemos resumos. Nosso conhecimento é volátil e limitado ao que a mídia nos “oferece”, quase sempre conteúdo de utilidade e gosto duvidosos, porém disfarçados de necessários.  Nesse contexto a vida desta ou daquela subcelebridade tem tanto ou mais destaque quanto a guerra civil em Uganda. E no emaranhado de informações desencontradas vemos o jovem perdido entre o que levar em conta ou não. E de quem deve ser a responsabilidade por essa instrução? A sociedade e os indivíduos, por força do estilo de vida atual estão cada vez mais sociocentrados, restando assim como único escape a escola, a única “responsável” por educar os jovens, pois os pais não dispõem de tempo, interesse ou conhecimentos suficientes (ou assim julgam) para instruir seus filhos.
Conseguimos nos declarar desinformados em plena era da informação. A um clique podemos acessar a biblioteca britânica, em segundos visitar as maiores instituições educacionais do mundo, simultaneamente escutando César Frank ou Mano Chao, mas preferimos modificar nosso perfil no Myspace, ou cuidar de nossa fazenda no  Farmville. (inserir link) Não quero estimular uma caça às bruxas virtual, mas o tempo que passamos conectados poderia ser mais bem utilizado se tivéssemos uma visão e propósitos mais fundamentados e contextualizados. Nessa sociedade consumista, superficial e sem memória, perdemos a noção dos valores realmente importantes a se agregar e acabamos relegando a segundo plano justamente os saberes que nos ajudariam a construir um pensamento crítico mais abalizado. Mas em lugar disso produzimos e lançamos na sociedade indivíduos com limitada capacidade argumentar, defender ideias – e isso faz com que vivamos como gado, indo com a manada, vazios de propósito, de significado. Temos essa possibilidade de acesso infinito a informação e consequente Aí pergunto: - foi por isso que tantos se sacrificaram durante a ditadura militar? Lutou-se tanto por liberdade de expressão, pelo direito a informação para vermos bibliotecas e mentes cada vez mais vazias?

Até quando...


Perguntaram-me uma vez se já havia me apaixonado,
Respondi de pronto: - Sou apaixonado sempre
Vivo tudo o que sou e faço com paixão
Não há espaço para reflexão ou arrependimento
Não há amanhã.
Perguntaram-me então: você já se apaixonou por alguém? Ao que respondi:
O que é estar apaixonado?
É querer a ponto de sentir dor quando não se tem a pessoa por perto?
E passar a noite acordado olhando a pessoa dormir em nossos braços e querer que o momento não acabe?
E largar tudo pro alto só pra estar perto?
É esperar ouvir ao menos a voz da pessoa?
Falaram-me que paixão é só pele, que sentimento mesmo é amar.
Que querer bem é gostar e desejo é só carne (ou pele, ou paixão)
E quem assim como eu deseja na mesma medida em que quer bem?
Definirá uma simples palavra o meu sentimento?
Se minha vontade de ter quem quero junto a mim é tanta que no auge de minha eloquência,
Balbucio apenas: - saudades de ti...
Mas cheio de inferências, nuances, propósitos e esperanças muitas, todas.
Mesmo que dissesse mil vezes, ou mais...
Uma palavra não definiria o que sinto,
Êxtase, paz, deslumbramento.
Entrega e certeza, futuro.
Escolha, dentre elas a que quiser, pois em quem gosto,
Existe isso e mais...
Sinto tudo isso e mais...
Mais do que mereço
Até quando não sei
Por isso agora vivo tudo o que sou e faço com paixão
Ainda não há espaço para reflexão ou arrependimento
Mas agora há um amanhã.
Mas até quando, só você sabe...








Não existe o melhor modo de dizer a alguém o que estamos sentindo, nem o melhor momento.
Apenas há o dizer e o não dizer
Ficamos com medo, o coração dispara e a garganta trava.
E isso não tem idade
Seja poeta, tímido, ou rebelde.
Todos sabem dizer eu te amo, basta querer.
Ouse.

Callíope de olhos escuros




[Deidade, do latim tardio deitate]: Substantivo feminino. Divindade, nume; deus ou deusa.

Páginas em branco, mente vazia. Somente o nada. Limbo existencial que bruxuleia em minha cabeça como aqueles outdoors de filmes noire dos anos 80.  E mesmo tomado pelo desespero kafkiano que aflige aqueles infelizes a quem as ideias não fluem, como os pensamentos fragmentados de um velho bêbado na porta de um bar de segunda num bairro decadente de uma cidade qualquer. Nessa metamorfose que não ajuda em nada.
Um órgão atrofiado e doente que não trabalha com a facilidade de antes. Assim está minha mente. Tratava minhas poesias como a uma amante antiga. Só há muito perdera da poesia a inspiração a forma e a métrica. Não prendia as palavras em minha mente tempo suficiente para moldá-las em algo inteligível. Faltava o ritmo, som e fúria. Faltava paixão, suor e lágrimas. Não havia mais gozo. A minha relação com as palavras estava a muito acabada. Vivendo apenas de recordações do que fora antes, como uma velha prostituta lembra-se do quanto era disputada enquanto conta os minguados trocados dos poucos clientes que ainda consegue. Minha mais fecunda criação atualmente era o vazio... Uma eterna noite sem lua onde vivia apenas vis-à-vis os mesmos dias, num ciclo aparentemente sem fim... Nem os ecos do passado, Nem fantasmas a assombrar-me... Um templo sem acólitos, fiéis ou deuses.
Quando a encontrei, meus sentidos ficaram todos em alerta, ao mesmo tempo em que surgia aquela sensação de pertencimento, de lugar onde sempre se quis estar. Aquele frio que percorre a espinha e te prepara para o bote. Não eras espectro, era ser em forma de mulher, e era bela. Não era altiva, mas poderosa, derrotou minhas defesas em segundos, e me tomou o ar e a atenção com aquele vozerio altaneiro, comum aos que devem ser obedecidos e venerados. Tento retomar o controle, em vão. Sinto então aquele cheiro de fêmea, que descontrola a minha libido na hora.  - Deidade, demônio! Não sei, mas é tudo que consigo pensar enquanto acompanho serviçalmente a dança que fazes ao caminhar a minha frente como se tivesse sido criada apenas para isso – extasiar-me...
Não a peguei e prendi com rituais arcanos, apenas me aproximei, não cultuei sua marca, apenas chamei pelo teu nome ancestral não uma, mas muitas vezes.
 - O que queres de mim afinal? Perguntou. O que se pode querer de uma deidade, de uma musa? Respondi. - Seja minha inspiração oh deusa, que tua voz rouca me desperte desse sono sem sonhos. Quero sentir, e sorver cada nuance, e cada faceta tua quero contemplar. E você me concedeu conhecê-la. Ora vens a mim como deleite, ora em frenesi. Da tua forma que sei bem, quero tudo, desde o gosto do teu sexo em minha boca ao calor e pulsar célere do teu coração que sinto em minhas mãos quando toco teus seios. Guardo sempre a lembrança de teus olhos, esses dois oceanos profundos, escuros me questionando e conhecendo a todo momento, devastando a minha alma e ao mesmo tempo me esperando, convidando... E a tua boca, ah, ainda sinto cada beijo, ainda ouço tua voz a todo tempo me impelindo até teus braços completando o meu ciclo de deslumbramento por ti.
Não precisas de mim, o que julgas sentir de verdade é apenas capricho de tua vontade, és homem e homens enganam a si e aos outros. Um dia verás isso. Vives a repetir discursos assim como se quisesse convencer a mim  de ser essa a verdade e principalmente convencer a si mesma. Não desdigas o que em mim sei e tenho como verdade. Deposito em você uma fé que nunca tive em mim. Acredites nessa declaração de quem se apresenta diante de ti despido e refeito, e pela primeira vez completo. Devolveu-me a vontade, tornou-se minha inspiração. Só te peço que aceites, minha Callíope de olhos escuros, minha moura-encantada, em troca do muito que tens me dado que aceites em troca minha devoção, o melhor dos meus dias, o primeiro e último pensamento que tenho.
                                                                                                                 


MIRROR

MIRROR
 
I am silver and exact. I have no preconceptions. Whatever I see I swallow immediately Just as it is, unmisted by love or dislike. I am not cruel, just truthful - The eye of a little god, four cournered. Most of the time I meditate on the opposite wall. It is pink, with speckles. I have looked at it so long I think it is a part of my heart. But it flickers. Faces and darkness separate us over and over. Now I am a lake. A woman bends over me, Searching my reaches for what she really is. Then she turns to those liars, the candles or the moon. I see her back, and reflect it faithfully. She rewards me with tears and an agitation of hands I am important to her. She comes and goes. Each morning it is her face that replaces the darkness. In me she has drowned a young girl, and in me an old woman Rises toward her day after day, like a terrible fish. 


ESPELHO

         Sou de prata e exacto. Não faço pré-julgamentos. O que vejo engulo de imediato Tal como é, sem me embaçar de amor ou desgosto. Não sou cruel, simplesmente verídico — O olho de um pequeno deus, de quatro cantos. Reflicto todo o tempo sobre a parede em frente. É rosa, manchada. Fitei-a tanto Que a sinto parte do meu coração. Mas cede. Faces e escuridão insistem em separar-nos. Agora eu sou um lago. Uma mulher se encosta a mim, Buscando na minha posse o que realmente é. Mas logo se volta para aqueles farsantes, o brilho e a lua. Vejo as suas costas e reflicto-as na íntegra. Ela paga-me em choro e em agitação de mãos. Eu sou importante para ela. Ela vai e vem. A cada manhã a sua face alterna com a escuridão. Em mim se afogou uma menina, e em mim uma velha Salta sobre ela dia após dia como um peixe horrível.

E todas as coisas...

Essa minha vida, como numa pintura de Pollock, abstrata e visceral, sem rumo...início, meio ou fim.

A ti Baal...

Te ofereço O calor de nossas horas O melhor de meus dias A vontade de ti No desejo... De mais um momento e de Palavras e toques... Nossos iniguáveis olhares cúmplices. Ah tempo, cruel e implacável Porque não és do tamanho da minha vontade? Por que não o posso controlar ? Nesse mundo temos distância e em mundos separados vivemos mas tão próxima você está de mim como o calor do dia e no contar lento e inexorável do tempo eu espero, desejo e fantasio...

Erro


Erro é teu.
Amei-te um dia
Com esse amor passageiro
Que nasce na fantasia
E não chega ao coração
Nem foi amor, foi apenas
Uma ligeira impressão
Um querer indiferente,
Em tua presença vivo
Nulo se estavas ausente.
E se ora me vês esquivo
Se, como outrora, não vês
Meus incensos de poeta
Ir eu queimar a teus pés
É que, — como obra de um dia
Passou-me essa fantasia.
Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras.
Tuas frívolas quimeras
Teu vão amor de ti mesma
 Essa pêndula gelada
Que chamavas coração
Eram bem fracos liames
Para que a alma enamorada
Me conseguissem prender
Foram baldados tentames
Saiu contra ti o azar
E embora pouca, perdeste
A glória de me arrastar
Ao teu carro...Vãs quimeras!
Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras...

(Machado de Assis, in 'Crisálidas')

O melhor lugar

Horas e horas Entre aqui e você O que a distancia mede, o tamanho da minha vontade? Cheiro bom, tuas unhas, minhas mãos, nossas bocas... E nesse ir e vir Sobra distancia, falta presença. .. Mas fica a certeza Da necessidade de te sentir Suando, gemendo e amando... Saudades de ti Saudades de nós e Querendo mais uma vez me encontrar No conforto das tuas ancas.

Retornar, regressar...

Ainda tenho o mesmo nome, E as minhas tatuagens ainda são as mesmas Só não tenho o mesmo olhar... Ao menos não pra você Ouço a mesmas músicas, vivo a mesma vida (?!). Como sempre foi... Ando os mesmos passos tortos E no meu falar engraçado conto às pessoas Os mesmos enganos e alegrias E elas ainda sorriem comigo... Mudo nada, mudo não... Mundo igual ao de ontem Conto as mesmas mentiras e falo das mesmas alegrias voláteis e as pessoas ainda me ouvem. Morreram as flores que você plantou, mas ficou a terra fértil. Mudo nada, mudo não. Mundo igual ao de ontem Só mudou você... Do meu coração Mudou pra longe... Fique por aí Só que agora vou mudar... Não por ti Morada nova é o meu coração Mesma música, mesma cama, novo amor, Menos mentiras, menos você!