Igrejas da prosperidade


Vivemos, num país que se pressupõe democrático, um modelo de estado laico onde o cidadão tem o direito de professar qualquer tipo de crenças, e é essa interpretação que, se mal interpretada, pode induzir a erro. O governo, dentro desse preceito durante anos deixou essas seitas e/ou denominações proliferarem sem a devida fiscalização, e algumas dessas associações se valendo da boa fé, da desinformação e muitas vezes do desespero de seus membros passaram a sistematicamente explorá-los cobrando o chamado dizímo, usando fragmentos descontextualizados da Bíblia para alicerçá-los. Cada um, como dito no início, é livre para acreditar no que desejar, segundo a sua consciência, não vejo problemas em pagar para assistir um espetáculo musical, ou uma sessão de cinema, teatro ou circo, assim como não veria em pagar uma determinada quantia a alguma dessas denominações caso seguisse a qualquer uma delas. Nossa sociedade é capitalista e como tal tem como força motriz o dinheiro, não sendo diferente quanto a questão religiosa. A salvação do espírito não é mais o foco dessas entidades, esse foi posto a margem para dar lugar a salvação financeira que é largamente aclamada em púlpito, no rádio e na tv para todos verem e ouvirem. Particularmente falando e sem querer ofender, posso até estar errado e não saber o que deus é, mas sei o que ele não é, mas cada um tem o Deus que merece e o encontra onde quiser. O meu eu não encontro em cédulas de dinheiro.
                
                               José Cláudio Soares é professor e livre pensador.

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